Tuesday, May 23, 2006

22ª Rampa Internacional Serra da Estrela ACP – Cidade da Covilhã

Um das provas mais aguardadas do “Nacional” de Montanha teve lugar este fim-de-semana com a realização da 22ª Rampa Internacional Serra da Estrela ACP – Cidade da Covilhã, prova organizada pelo Automóvel Clube de Portugal que pontua para o Europeu da modalidade. Trata-se da única prova que está integrada no Campeonato Europeu de Montanha, onde estiveram presentes não só os melhores especialistas Lusos como também os melhores pilotos Europeus, ainda para mais com a aliciante dos Fórmula 3000 estarem entre a lista de inscritos.Pilotados por três fortíssimos candidatos à vitória geral, Giulio Regosa, Inigo Martinez – vencedores das duas primeiras provas do Europeu – e Renzo Napioni, grupo a que se pode ainda juntar Fausto Bormolini, acidentado na prova de abertura do europeu da especialidade, os Fórmula 3000 do Grupo D/E2 trazem até à nossa única rampa internacional, uma competitividade única.De referir a tendência actual, para utilização dos antigos fórmulas em detrimento das clássicas “barquetas”, protótipos outrora dominantes, mas que estão praticamente a desaparecer de cena. Entre os CN presentes, dois Osella e um Norma é tudo o que resta neste capítulo, sem que exista um favorito claro. Carlos Rodrigues seria um dos animadores deste grupo, mas um atraso na finalização do seu CvO não lhe permitiu estar presente. Ausência de vulto foi a de Simon Faggioli, vencedor em 2005 e que este ano optou por competir unicamente no campeonato italiano da especialidade.O piloto da AutoMalacaRacing Pedro Salvador em BRC CM02, foi mesmo a grande estrela da Rampa Internacional Serra da Estrela, depois de estrear o BRC com motor de 1300cc, com que venceu em Murça, Salvador com um fabuloso andamento, conseguiu tempos na ordem do segundo 48, com médias de 106 km/h, a apenas 7 segundos dos mais rápidos F3000 os quais fizeram médias de 110 km/h nas melhores subidas. Pedro Salvador na lista provisória estava em 7 lugar, á frente dos F2000, demonstrando todo o seu valor como piloto, e deixando antever que com um carro melhor, se calhar um BRC CM05, poderia mesmo se ter intrometido entre os F3000.
Entre os “portugas” destaque para a disputa entre o recém-chegado Joaquim Rino em BRC, que tão boa conta deu de si em Murça e o bonito ADR de Paulo Ramalho, pelos lugares do pódio desta categoria. De salientar ainda as estreias de João Fonseca, que este ano troca o “velhinho” Sierra XR4i pelo competitivo PRM e de João Portinha, também ele com um PRM.

RESUMO CLASSIFICAÇÕES:
Classificações CEM: Giulio Regosa (Lola Ateneo F3000) 5m17,588s; Renzo Napione (Reynard F3000), a 0,710s; Otokar Kramsky (Reynard F3000) a 15,317; Dan Michl (Skoda Octavia Kit Car) a 47,659s (1º GRA); Joerg Weindinger (BMW M3) a 53,555s (1º GRN); 12º António da Cunha (BMW M3) a 59,008s; 15º Piergiorgio Bedini (Alfa Romeo 147) a 1m03,884s; 22º Silvando Brandi (Chevrolet Corvette) a 1m25,443s (1º GT).

Classificações CNM: Pedro Salvador (BRC CM 02) 5m37,138s; Garcia Estevez (BRC CM 05) a 6,339s; José Caballol (BRC CM 02) a 6,172; José Pedro Gomes (Ford Escort) a 15,857ss (1º CHNM); Joaquim Teixeira (Radical SR3) a 16,163s (1º C3) ; 13º M. Ferreira da Silva (Escort Cosworth) a 22,706s; 19º António Barros (Porsche 911 RSR) a 37,764s (1º H76); 21º António da Cunha (BMW M3) a 39,458s (1º GRA); 24º Luís Nóvoa (BMW 2002) a 1m01,875s (1º H71); 26º Miguel Ferreira da Silva (Lancer Evo V) a 1m05,359ss, (1º GRN).

«Mesmo perdendo e em primeiro lugar gostaria de vos dar os meus mais sinceros parabéns pela prova que montaram, já que se trata de um dos traçados mais seguros que conheço. Tudo estava perfeito e foi muito divertido subir depressa neste traçado técnico e muito escorregadio em certas zonas. Andei bastante bem, não cometi erros – apesar de na 2a subida ainda ter apanhado um susto – e a minha equipa resolveu sem problemas as dificuldades iniciais de alimentação de gasolina, que tivemos alguma dificuldade em regular nas subidas de treinos.» Disse no final Inigo Martinez, o qual "venceu" mas foi posteriormente desclassificado depois de detectada uma anomalia no fundo plano do seu Reynard F3000. Assim sendo o vencedor oficial foi Giulio Regosa que no final da prova dizia: «A verdade é que o Martinez foi mais rápido nos treinos, só que o seu carro estava ilegal pelo que foi desclassificado. Tínhamos a certeza de que o fundo plano não estava legal e isso verificou-se. Acabou por ser uma vitória merecida, já que a conseguimos dentro dos regulamentos. Estou mais confiante agora no Europeu.»


Dan Michl no Skoda Octavia Kit Car, garantiu o 1º lugar no grupo A, sendo mais rápido que o Ford Escord de Mala, já na ultima subida, enquanto que no grupo N, Joerg Weindinger, acabou por se impor no Grupo N a Durei e Jumenta, garantindo Bedini o melhor registo no grupo SP, onde os Alfa Romeo 147 (agradável surpresa o andamento dos carros italianos), dominam. No grupo GT, vitória fácil de Silvando Brando (que apesar de ser o único concorrente devido a uma avaria na centralina do Mazda MX5 de Silvana Brandi, poderia ter mostrado mais "vontade" em subir, pois podemos dizer que a sua prestação foi medíocre, fazendo todas as subidas a ritmo de passeio, do qual o publico esperava mais "espectáculo").
Entre os portugueses, destaca-se a boa prestação de José Pedro Gomes no seu magnifico Ford Escort, e de António Cunha no BMW M3, enquanto Manuel Ferreira da Silva se ficou pelo 11º lugar, bem longe das espectaculares exibições dos últimos anos. O melhor foi mesmo Pedro Salvador ao volante do seu BRC CM02, o qual conseguiu mesmo rivalizar com alguns F3000 e bater os F2000, deixando para trás os bem mais experientes condutores de BRC Espanhóis, sendo 6 segundos mais rápido do que o melhor BRC Espanhol. Do resto da Prova, apenas referir o acidente de Lalo Szsas no F3000, o qual felizmente não teve importância de maior, Armando Sainhas gripou o motor ainda na 1ª subida de sábado, mas conseguiu reparar o carro para domingo, tendo feito uma boa prova, João Fonseca no PRM também realizou uma boa prova apesar dos poucos quilómetros que ainda tem com o carro e o Toyota Celica de José Carlos Magalhães, que apesar do bom andamento que mostrou no Sábado partiu o motor na ultima subida de Sábado. Apenas faltou a esta espectacular edição da Rampa Internacional Serra da Estrela a presença de António Nogueira, o qual, já agora fica a informação, foi "atirado" para fora de pista por um concorrente na 1ª prova do campeonato Espanhol de GT quando estava a fazer uma belíssima participação. Esperemos que para o ano a Rampa Serra da Estrela possa contar com a sua presença.
A próxima prova do Campeonato Nacional de Montanha, será realizada nos próximos dias 3 e 4 de Junho, e terá como palco a majestosa Serra da Arrábida.

Para mais informações, fotos e histórias sobre a Rampa Serra da Estrela e outras edições da mesma não hesite em consultar o site:
http://rampaserraestrela.blogspot.com

Saudações Desportivas!

Friday, March 17, 2006

"Homo Sportivus" - O outro lado da paixão


As claques são muitas vezes apontadas como as responsáveis pelos actos de violência no futebol. Membros das claques com visões diferentes.
As paixões têm destas coisas: da intensidade à loucura é um curto passo que se desenha. Para além do colorido nos estádios, das vozes erguidas, as claques e todo o ambiente à volta delas, criam, não raras vezes, um fanatismo quase primário.
A violência no futebol é um fenómeno complexo, onde se entrecruzam pessoas e política.

“A violência é normal. A maioria dos SD são jovens dos bairros que passam o dia a roubar e que depois transmitem essas coisas para a claque. Mas também temos que perceber o dia-a-dia deles, a forma como foram educados”
Fernando Madureira – Líder dos Superdragões (SD)

“Não existe relação directa entre a violência e as claques. Juntar essas duas palavras é a forma mais fácil de justificar qualquer ocorrência, é a forma mais fácil dos média se justificarem, a forma das forças de segurança se auto-promoverem. É, portanto, a imagem fácil do português provinciano, básico e altamente preconceituoso”
Bruno – No Name Boys (NN)

"A aglomeração das pessoas provoca estados de espírito completamente diferentes. A adrenalina ao máximo, a nossa força pessoal cresce e assim sobe também a força do grupo”
João Guerreiro – Juventude Leonina (JL)

É a embriaguez das massas, a explosão de sentimentos, a angústia da derrota, a superioridade da vitória. É um aglomerado de sentimentos e também “um hábito de violência incorporado já no quotidiano e o anonimato que a claque proporciona leva ao desenvolvimento destas actividades criminosas", explica o antropólogo Daniel Seabra.
Política e futebol
Daniel Seabra, partindo do seu trabalho de pesquisa nas claques portuenses, ressalva que “há de facto extrema-direita e extrema-esquerda nas claques, mas é uma percentagem muito reduzida”.
Exemplo dessa militância é a Curva Nord, claque da Lázio, ligada à extrema-direita. Pelas bancadas do Estádio Olímpico de Roma, a Curva Nord mostra a sua força e os seus ideias, com suásticas à mistura.
Apesar desta conotação, os SD não escondem a relação de proximidade que têm com a Curva Nord. “Todas as claques em Portugal seguem um pouco o exemplo italiano. Com a Lázio, se calhar por ser azul, gerou-se uma empatia”, recorda Fernando Madureira, líder dos SD. No entanto, “é uma relação de amizade e nada mais que isso, não há relação política”, ressalva.
No "Expresso" do dia 11 de Maio de 2002, um dos membros dos 1143 explica a lógica dos próprios “skins” dentro do futebol. “É impensável um ‘skin’ bater noutro ‘skin’ só por causa do futebol”, afirmou. Já em relação a não “skins” a conversa é outra: a violência pode surgir mesmo contra quem veste a camisola do Sporting, o que lhes vale críticas no seio da JL.
João Guerreiro, da JL, afirma mesmo que "se houver alguém que vá ao estádio e, na mesma bancada da JL resolver abrir um pano com uma céltica, a claque não pode ser responsabilizada por isso”.
Desporto e sociedade
Como se pode constatar, existem diversas razões subjacentes ao envolvimento das claques, de alguns dos seus membros, no despoletar da violência no desporto.
Essa violência tem maior notoriedade no futebol, pois é o desporto mais popular, que movimenta "massas" e que detem uma maior projecção global através dos meios de comunicação.
Penso que a modalidade desportiva, as cores de um determinado clube apenas servem para "camuflar" a verdadeira origem do problema.
As razões que levam alguem a cometer tais actos de barbaridade social podem ser de ambito politico, economico, envolvimento social...Os problemas do seu quotidiano são levados para o seio de um grupo maior, quanto maior melhor, pois assim conseguem esconder-se e despoletar a violencia entre um maior numero de pessoas e possiveis seguidores (É dificil ver este tipo de violencia em claques de clubes "pequenos").
O desporto apenas é um meio para alcançarem um fim, os seus objectivos.
A comutação de actos de violencia com o desporto so será quebrada quando os agentes desportivos, dirigentes, jogadores, começarem a ter consciencia que as "novelas" que protagonizam semana após semana e que os media fazem questão de explorar até à exaustão, são utilizadas como "bode expiatório" para acender novos rastilhos, sejam eles politicos, economicos ou sociais.
Cada um de nós pode fazer com que estas situações não tenham continuidade, para isso basta que eduquemos as crianças de hoje (os adultos de "amanhã"), mostrando-lhes esta realidade e advertindo para as suas consequências para a sociedade. Esconder estas situações apenas leva a que as crianças "amanha" quando contactarem com esta realidade, não sejam capazes de tomar a decisão correcta do caminho a tomar, pois não sabem com o que estão a lidar e o que isso vai influenciar tanto nas suas vidas pessoais como na vida social de uma cidade, região ou país.
Pensem nisto...
Saudações Desportivas!

Thursday, February 23, 2006

Acasos

A vida é feita de acasos, todos o sabemos (a não ser que acreditemos num certo determinismo, numa força superior ou linha orientadora previamente escrita). As nossas escolhas, muitas vezes casuais, definem o nosso percurso, o nosso curriculum uitae traduzido à letra.
"Antes do Anoitecer" vem responder a muitas das perguntas e dúvidas levantadas "Antes do Amanhecer". É imperativo fazer uma escolha antes do cair da noite, é imperativo dar um sentido à vida antes dessa hora, metáfora da derradeira. O acaso (?) por vezes oferece-nos uma segunda oportunidade. Estaremos à altura do desafio? Da escolha mais difícil, da menos óbvia, da mais arriscada? Talvez... A resposta não nos é dada. Consoante o romantismo ou o cinismo que nos caracterizar construimos o final. À nossa medida.

What if you had a second chance with the one that got away?

"Homo Sportivus" - Desporto em Portugal

A 18 de Fevereiro de 2006 teve lugar, no Centro de Congressos do Estoril, a cerimónia de encerramento do Congresso do Desporto - Um Compromisso Nacional.
Os dias 17 e 18 de Fevereiro marcaram o encerramento dos trabalhos do Congresso do Desporto, iniciado a 12 de Dezembro de 2005.
Na cerimónia de encerramento, decorrida no dia 18, estiveram presentes o Ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira; o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias e o Presidente do Instituto do Desporto de Portugal, Luís Bettencourt Sardinha, entre várias persaonalidsades ligadas ao desporto, autarquias e movimento associativo.

CONGRESSO DO DESPORTO – DOCUMENTO FINAL
Estoril, 18 de Fevereiro de 2006
Considerando que
· A lei constitucional portuguesa reconhece o direito de todos à cultura física e ao desporto, e impõe ao Estado, por si e em parceria, a obrigação de promover, estimular, orientar e apoiar a actividade desportiva.
Considerando que
· O Desporto em Portugal, tal como defende o Conselho da Europa, deve ser acessível a todas as pessoas e respeitar as diferentes aspirações e capacidades, e a diversidade das práticas, sejam competitivas ou de lazer,
colectivas ou individuais.
Considerando que
· O Desporto é um indicador de Desenvolvimento, e um factor que contribui para a Qualidade de Vida dos cidadãos, e ainda condição necessária para a formação integral da pessoa humana.
Considerando que
· Portugal não deverá resignar-se a ocupar, entre os países da União Europeia, o último lugar em termos dos índices da prática desportiva.
Considerando que
· Na definição dos valores centrais da política desportiva deve ser acolhida uma noção de serviço público de desporto, nesta, como noutras áreas de actividade, em cooperação com os cidadãos e a sociedade, ou seja, com todos os agentes desportivos.
Tendo presente o debate de dimensão Nacional que o Congresso do Desporto concretizou,
e sem prejuízo das iniciativas que todo o seu conteúdo permite quer ao Estado quer ao
movimento associativo assinalam-se como recomendações a observar:
No que se refere às “Políticas Educativas e Sociais no Desporto”:
· Reforçar e valorizar a Educação Física e o Desporto no Projecto Educativo das escolas, desde o 1.º Ciclo do Ensino Básico até ao ensino Superior.
· Garantir uma plataforma de diálogo e compatibilizar o Desporto Escolar e o Desporto Federado, em função de pontos de convergência das respectivas comunidades.
· Promover e articular a escola, a autarquia, a comunidade e o clube no sentido de optimizar meios e espaços desportivos.
· Assegurar uma visão integrada e inclusiva do desenvolvimento desportivo, garantindo igualdade de oportunidades, sem descriminações derivadas do género, de deficiência ou proveniência étnica ou cultural.
No que se refere ao “Desporto, Saúde e Segurança”:
· Promover campanhas de sensibilização da prática desportiva para benefício da saúde e combater o sedentarismo e a obesidade, sobretudo nas idades mais jovens.
· Garantir um serviço público de exames médico-desportivos, dimensionando uma rede nacional de centros de medicina desportiva , e garantindo uma intervenção em proximidade através do apoio dos Centros de Saúde.
· Regulamentar e certificar o enquadramento profissional e o licenciamento de estabelecimentos que oferecem práticas e actividades desportivas.
· Aperfeiçoar o enquadramento legal e tornar mais eficaz a prevenção e a luta antidopagem e o combate à violência associada ao desporto, promovendo o Fair-Play e a Ética desportiva.
No que se refere aos “Equipamentos Desportivos e o Território”:
· Modernizar, requalificar e reordenar a rede de equipamentos desportivos existente no território nacional, designadamente as instalações escolares e dos clubes.
· Definir prioridades quanto a novos investimentos que equilibrem a oferta desportiva no todo nacional, com prioridade para os equipamentos de base e de proximidade.
· Rever e clarificar o papel do Estado, das Autarquias e do movimento associativo no âmbito das atribuições e competências sobre a promoção, o licenciamento e o financiamento dos equipamentos desportivos, eliminando sobreposições e zelando para a inexistência de assimetrias.
· Implementar acções que estabeleçam os níveis e âmbitos das responsabilidades que cabem à Administração Central e às Autarquias no que respeita aos procedimentos de licenciamento e fiscalização dos equipamentos
desportivos nas suas várias tipologias.
No que se refere às “Políticas de Financiamento do Sistema Desportivo”:
· Definir critérios objectivos de financiamento público ao sistema desportivo, privilegiando o desenvolvimento dirigido para o aumento dos índices de prática desportiva dos portugueses, frequentemente desvalorizado pela preponderância do desporto de rendimento.
· Estimular condições de participação e quadros competitivos que diminuam os custos para os clubes, e contribuam para a sua sustentabilidade desportiva e financeira.
· Clarificar as regras de exploração comercial, o estatuto dos benefícios fiscais dos praticantes desportivos e os direitos televisivos nas competições, adequando gradualmente o financiamento das actividades desportivas à lógica económica, de forma a obter maior benefício do Mecenato, do Patrocínio desportivo e de outras fo rmas de apoio privado.
· Adequar o regime fiscal geral à especificidade do desporto e aos diferentes agentes desportivos, normalizando critérios e regras de obediência fiscal e Segurança Social.
No que se refere à “Reforma do Sistema Desportivo”:
· Clarificar o papel do Estado como regulador e dinamizador do sistema desportivo, integrado pelos clubes associações e federações e outras entidades representativas.
· Mobilizar Governo, Autarquias, Escolas e Associativismo para as convergências necessárias, no sentido de conferir maior integração e articulação ao sistema desportivo.
· Modernizar a organização e gestão das estruturas associativas, clubes, associações e federações, com recurso a uma política de formação de quadros e dirigentes jovens.
· Incentivar a cultura associativa e o voluntariado, valorizando a figura do dirigente desportivo e o regime do seu estatuto.
· Aperfeiçoar as medidas de apoio ao desporto de alto rendimento, nomeadamente no que se refere ao seguro desportivo, ao regime fiscal aplicável aos atletas, durante e após a sua carreira desportiva.
· Clarificar a distinção entre o desporto profissional e não-profissional e fixar os respectivos regimes fiscais, e aperfeiçoar o relacionamento entre as federações desportivas e as ligas.
Resta-nos agora aguardar para ver o que as entidades governamentais, autárquicas e associativas vão fazer quanto às conclusões chegadas nos debates por todo o país e que culminou com a elaboração deste "relatório".
Fica desde já a certeza que muito tem de ser feito para melhorar o sistema desportivo do país, começando pelas escolas, reformulando o sistema de ensino e as conjecturas nele existentes. Passando também pelas autarquias, criando infrastruturas de forma a melhorar a qualidade de vida dos seus munícipes.
Por último, o papel do governo terá de ser de fiscalização do poder desportivo instaurado pelo país fora, de forma a promover o Desporto como um factor que contribui para a Qualidade de Vida dos cidadãos (saúde e bem estar), e ainda condição necessária para a formação integral da pessoa humana (civismo).
Pensem nisto...!
Saudações desportivas!

Wednesday, February 15, 2006

Lupercalia e Hôtel de Ville


A quinze de Fevereiro, os Romanos festejavam os Lupercalia - origem remota da comemoração do Dia de S. Valentim. Se eles celebravam a fertilidade pela purificação, nós cultivamos o amor kitsch e noveleiro. Demonstramos o mais profundo sentimento pelo outro, recorrendo ao consumismo e à oferta efémera. Esquecemos as palavras (as nossas, pois os postais especializados são profusos em poemas estilizados) e os gestos.
Pois eu acredito no Amor. E gostaria que todos os amores fossem como o que Doisneau parilhou connosco. E que para demonstrá-lo bastasse um beijo inesperado e sincero (Paris e o Hôtel de Ville são apenas um extra...).

Thursday, February 09, 2006

"Homo Sportivus" - Era uma vez...

"Há mais de dois mil anos que os gregos o inventaram. À luz de princípios, valores e finalidades de divinização do homem e da humanização da vida. E em nome de uma política e de uma ideologia da harmonia do corpo e da alma. Era uma prática e um símbolo de homens livres, que através dela se transcendiam e visavam o sonho de dobrar o portal de entrada no Olimpo. Vinha pela porta da civilização, da cultura e cidadania, trazia a paz e celebrava a beleza de mão dada com a poesia, o teatro, a retórica, a música e com as outras formas de arte. Foi assim que o desporto se apresentou em Olímpia, num lugar sagrado semeado de templos, de pórticos e de esculturas lavradas nos mármores brancos de Poros.” (J. O. Bento)

“Eu sei que a memória dos homens raramente vai além da missa de sétimo dia. A memória e a gratidão. E não obstante as duas qualidades são elevadas à categoria de virtudes no contexto da cultura ocidental. A tal ponto que a falta de gratidão é, a par da traição, porventura o maior dos pecados mortais.”
(J. O. Bento)

Quero começar a minha intervenção neste blog, centrando a minha atenção no aspecto mais importante, tanto na vida como no desporto…as pessoas!
Tal como Jorge Bento frisou a gratidão não deve ser posta de lado, como tal começo por agradecer a duas pessoas especiais para mim, os meus cunhados David e Nana.
Obrigado por me convidarem para fazer parte do “universo” editorial do blog (vou ter que me esforçar para chegar ao vosso nível de “blogar”). Mas mais que tudo, quero-vos agradecer por serem as pessoas que são e por fazerem de mim parte da vossa família!
E como os últimos são os primeiros, quero agradecer ao Amor da minha Vida, por tudo e mais alguma coisa imaginável…Amo-te Lecas! ;P

Como se podem ter apercebido, estou a escrever neste espaço, que pretendemos seja para troca de opiniões, porque meti umas “cunhazitas”.
Descobri que fui a ultima opção que tiveram para colocar alguém a comentar os acontecimentos desportivos. Entre os possíveis nomes para este “cargo” estavam Gabriel Alves e Miguel Sousa Tavares.
Gabriel Alves não ficou com o lugar, pois a administração do blog, após longa ponderação, verificou que este espaço poderia ficar comutado como um centro de SMS das “Melhores Calinadas Desportivas”.
Miguel Sousa Tavares alegou falta de tempo para assumir este cargo, visto já se estar a preparar para os comentários políticos às próximas eleições nacionais. Frisou ainda o facto de não ter nenhuma ligação com o (des)porto e que nunca teve nenhum encontro, de qualquer natureza, com empresários, dirigentes e associados do concelho de arbitragem.
Muitos outros nomes foram ponderados, mas não chegaram a ser contactados por terem sido constituídos arguidos do processo “Apito Dourado”.
Visto terem chegado à conclusão que sou a pessoa indicada para esta “crónica”, apenas vos posso garantir que este espaço sobre Desporto vai estar sempre aberto a novas ideias. Vai ser um prazer poder escrever para vocês, leitores e escritores desta crónica de Desporto.

Saudações Desportivas!